sábado, 11 de agosto de 2012


Raridade

Trago no peito
A mais bela das rosas.
Colhido no mais belo jardim,
da mais bela casa.
Da cidade mais bonita que já se viu.

A mais bela,
que jamais verás
ou tocarás.
Ninguem a reconheceu
como a bela,
das mais belas.

Nunca haverá uma igual.
Pois é preciosa.
Uma  rosa unica, com um cheiro unico.

A mais bela rosa,
é a que trago no peito.
A que eu levo comigo.
A que tem todas as cores.

Por fora: um abrolho.
Por dentro: um jardim de raridade.
É essa preciosidade,
que carrego no peito.

Sufoco

O perigo está no quarto escuro,
em plena noite chuvosa.
O perigo reina.
A janela não está aberta.
O meu sufoco não lamenta...
Atormenta...

Teve que pousar aqui,
sem ter outra saída.
O sol já não jazia estravagante,
O céu estralava com choros
e raios intrigantes.

E o meu eu,

Está longe...
Você todo molhado,
não exita em agradecer
por te-lo acomodado.

O meu sofoco ainda é saber,
que nunca falará comigo
a não ser para agradecer.
Me aborrecer.

O que resta é esperar
a chuva passar.
E você ir embora.
Dejavú...
Nada aconteceu.
Foi só uma sensação inexistente.

Borboleta

A borboleta voou
e voou ...
Até que nos seus ombros pousou.
E você suspirava tão delicadamente
que ela não quis mais sair.
E você dizia:
Sai borboleta!
Sai logo daqui!

A borboleta cansou e logo retornou.
Com sua vida sutil, nos bosques da cidade.

A borboleta era a humildade.
A humanidade a esquece.
Porém ainda está ao alcance de todos.
O mais próximo possível da realidade.

Caixa

Ao me ver diante de ti
tenho plena certeza
do amor que senti.
Chegar ao seu coração
foi um caminho inacabado.
Deixei rastros de sofrimento,
tanto chorei...
Minha alma se desinstalou do meu ser.

Por um momento de distração
toquei seu coração
com a ponta dos dedos.
Já era tarde...
Havia aproveitado da situação.

Quando te olhei,
me vi refletida em seu olhar.
Sua embriaguez apagou meus traços
e imperfeições.
Estavámos na caixa,
Já não tinha motivos
ou outra saída pra fugir.

O beijo aconteceu.
Já não tinha certeza de sua existência.
Eu soube:
Você esteve distante naquele momento,
tão distante quanto o horizonte
olhando o mar;
tão distante quanto uma solução
para a doença sem cura.

A caixa fez com que se sentisse
seguro.
Ela nos escondeu do mundo.
E assim você sempre pôde retificar sua atuação.
Platônico


Perceptível é o seu transparecer neste momento.
E a cada olhar o desejo, do seu beijo.
É tão sagaz,
e tão cruel.
Em seu olhar timido, se revela...
Se entrega.
Transparece em você sua vontade negada.
Condenada.
Sua estória sem fim.
E quando chega o anoitecer o seu refúgio ...
O seu descanço...
Acalentam o medo do seu coração.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Sobre prosperidade... Em todo o Natal é sempre a mesma epidemia nos cartões e lembranças: te desejo um ano próspero e muitas felicidades. Quantas pessoas já não compararam um cartão do ano retrasado com um mais recente? É sempre o mesmo desejo e nunca se tem prosperidade vindo das pessoas que se recebe. Se a palavra prosperidade nos cartões viesse com a influência de desenvolvimento e de mudança, porque não renovar então o modo como se desejar paz e persistência? Seria ótimo receber um cartão com pontos a melhorar ou metas a estabelecer. As pessoas inovam em tecnologia, mas acomodam atitudes e pensamentos. Certa vez, recebi um cartão de Natal que não tinha nada escrito, só havia os desenhos e tal. Fiquei irritada, porém, algumas horas depois percebi que o intuito de quem me presenteou não era desejar e sim fazer com que eu corresse atrás de tudo o que me trouxesse paz e felicidade. No decorrer do ano fui anotando tudo de bom que me acontecia e os momentos felizes que passava. Aprendi que na vida uma atitude vale tanto como uma sábia palavra, talvez não teria conseguido realizar algo naquele ano se tivessem me dado "Um ano de paz, amor e prosperidade", eu não teria corrido atrás de meus objetivos e sim acreditaria que a "vibração boa do Natal" me acompanharia o ano e eu não precisaria me mexer para conquistar tudo. Jéssica Aline, escrito em 13/12/2011 (a inspiração surgiu da matéria de uma revista, essa é a minha "Não entrevista do mês").